Filho de Viçosa, ordenado sacerdote a 19 de abril de 1896, são vários os viçosenses que ainda se recordam dele celebrando missas na Igreja do Rosário, outrora localizada, até 1963, no centro do jardim da Pracinha do Rosário. O Cônego Francisco Lopes da Silva Reis, o “Padre Chiquinho”, nasceu a 30/11/1868 e faleceu a 22/4/1951. Sepultado no túmulo nº 7 do Cemitério Dom Viçoso, ele veio morar nesta cidade após servir como pároco, por 41 anos, da cidade de Calambau (hoje Presidente Bernardes), onde fora, como asseveram seus coetâneos, um amoroso apóstolo e verdadeiro instrumento de paz, perdão, união, educação, força moral, meditação, estudo, oração, ascese, mística e muita fé. Filho de Francisco Lopes de Faria Reis e de Antônia Maria da Conceição, Teixeiras foi a sua primeira paróquia, desde a ordenação até 1900, sucedendo aos padres Joaquim José Fernandes de Godoy (1881/82) e Anastácio Azevedo Correia de Barros (1892/95). Ali, sucederem-lhe os padres Antônio Moreira de Carvalho (1900/03), João Gomes Rodrigues (1903/08), Celestino Cesarini (1906/08), Antônio Moreira de Carvalho, Belchior Homem da Costa (1908), Antônio Carlos de Souza (1908/40), José Alves de Freitas (1940), Luiz Gonzaga da Silva (1940/41), João Silvestre Alves de Souza (1941/47), Carlos Antônio de Souza (substituto), Geraldo Valadares (1947/51), Napoleão Lacerda de Avelar (1951/88) e Sebastião Luiz Nogueira, há 20 anos.
Seu sobrinho, Cônego José Geraldo Vidigal de Carvalho, destaca a sua grande sua devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora. “Muito dedicado à família, todo mês de agosto passava as férias em Viçosa, celebrando Missas nas diversas fazendas dos parentes as quais ficavam à margem da atual rodovia asfaltada na direção de Coimbra. Ele sempre teve também a seu lado aqui em Viçosa Joaquina Francisca dos Reis (Da. Quininha), sua irmã, que residia na Fazenda Bonsucesso”, de José Batista da Silva Araújo (Duca Araújo).
Residindo na Praça do Rosário, 15, com seu sobrinho Dr. Christovam Lopes de Carvalho, “todas as tardes reunia um grupo de pessoas para a recitação do terço. Enquanto pôde nunca deixou de rezar o Ofício divino, sendo que, quando sua vista não mais o ajudou, ele passava horas e horas rezando o terço, tanto que no final de sua vida havia uma funda marca entre o seu dedo indicador e o polegar por onde passavam as contas dos diversos mistérios”, recorda-se o Cônego Vidigal, acrescentando que o alpendre do majestoso sobrado do capitão Joventino Alencar “era o lugar preferido para recitar suas orações. Quando veio definitivamente para Viçosa trouxe seus livros pelos quais se pode aferir sua notável cultura humanística, filosófica, teológica, Entre as obras que o Cônego José Geraldo conserva na sua vasta Biblioteca, sejam citadas as de Massillon, de Bourdaloue, de Lacordaire, de Monsabré, de Columba Marmion, de Monte Alverne, do grande moralista Aertnys, do Pe. Antônio Vieira, do Pe. Manuel Bernardes, Código do Direito Canônico e comentários sobre o mesmo, obras dos clássicos latinos como Cícero e Virgílio, os Lusíadas de Camões, Manuais de História da Igreja, de Filosofia, comentários sobre textos de Santo Tomás de Aquino. A maioria destes livros são da década de 1840, muitos em francês e latim, o que mostra que, mesmo antes de sua ordenação, ele já se dedicava com afinco aos estudos. Encaminhou muitos jovens para o Seminário de Mariana, sendo que chegaram ao sacerdócio Mons. Joaquim Dimas Guimarães, Pe. Francisco Miguel Fernandes, Pe. José Quintão Rivelli, Pe. Pedro Maciel Vidigal. Indiretamente, pela sua piedade e santidade existencial no término de sua trajetória terrena, muito influenciou na vocação sacerdotal de seus sobrinhos Côn. Pedro Lopes da Silva, Pe. José Silvério Carvalho Araújo, Pe. José Eudes de Carvalho Araújo e Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho. A fidelidade à Igreja Católica por parte da família Lopes Carvalho é, sem dúvida, em grande parte, devido aos exemplos do Côn. Francisco Lopes da Silva Reis, o saudoso Pe. Chiquinho. Muitos são aqueles que, visitando seu túmulo no Cemitério D. Viçoso, têm obtido graças especiais por sua intercessão junto do trono de Deus,” conclui o Cônego Vidigal.
Minha mãe Dona Pipita, já falecida, falava muito bem do Pe. Chiquinho que foi pároco em Calambau, onde morávamos.
Sou sobrinho do Monsenhor Dimas, de Guaraciaba, já falecido.