A Pastoral da Pessoa Idosa é um daqueles sonhos que vai se concretizando. Vem crescendo o estímulo e os resultados da ação evangelizadora junto aos agraciados pelo dom da longevidade. Afinal, é tempo de viver, sorrir, cantar e curtir a alegria de percorrer os caminhos da existência. Uma doce aventura de ser jovem há mais tempo!
Ah! Você é que não sabe o quanto nos custam dores, cansaço e maus tratos de quem não nos valoriza, diria quem enfrenta os desafios do saber envelhecer-se. Dificuldades e bênçãos se misturam com facilidade no planeta gente. Qualquer um sabe disso. O que não pode ficar esquecido é que o dom precioso da vida quanto mais se prolonga no chão da história, mais se desabrocha para o belo e verda¬deiro. Com maior consistência se cultiva a paz, a serenidade e o maior de todos os legados: a sabedoria.
Sabedoria! Experimente conceder-se o privilegio de ouvir com o coração e a vida o que brota das recordações e peripécias do ser humano que assumiu a velhice como uma bênção do alto. De¬pois de alguns afáveis encontros de sólida fraternidade, não há quem não queira abrir espaço em seu atropelado tempo para muitas outras longas horas de bate-papo, numa conversa cheia de casos e histórias transformadas em ricas alegorias…
Achar fascinante um ser humano que começa a balbuciar as primeiras sílabas ou mesmo dar seus primeiros passos é fácil até para os mais endurecidos pelo mau humor. Contudo, descobrir os encantos e o aperfeiçoamento de tantas artes, (dentre elas a própria vida), no mesmo ser humano após percorrer a longa trajetória das lutas e fantasias, isto sim, é tarefa dos que possuem grandeza interior. Trazem Deus consigo e O experimentam como autor e generoso Senhor da VIDA em todas as suas etapas.
Certa feita, a Madre Tereza de Calcutá, rejeitando a eutanásia, assegurou que não pode faltar amor para ninguém. Disse naquela reportagem que a falta de estímulo com relação à conservação da vida está fundamentado na falta de amor, de apoio e de carinho. O desprezo ao idoso é o atestado assinado pelo próprio comportamento de quem não sabe apreciar a dignidade humana.
Muitas vezes, a pretexto de amparo, subestimamos a pessoa idosa. Não temos, em alguns casos, o discernimento para compreender sua real limitação. Queremos ajudá-lo onde ele está fortalecido. Por isso, sua defesa é zangar-se com a nossa falta de perspicácia. Por exemplo, no caso de alguém que está sem forças para se locomover fisicamente, mas está em pleno vigor de sua lucidez. Neste caso não é preciso adverti-lo do perigo ou corrigi-lo em sua fala. Basta ajudá-lo no que ele está precisando: Somente em sua locomoção. Tudo o mais, neste caso, é ofensivo e constrangedor. A receita é ter uma postura amiga e descobrir em que se faz necessário ajudar.
Os avanços da ciência e da tecnologia, dentre outros, têm proporcionado a possibilidade de vivermos mais e melhor. Envelhecer com sabedoria, usando os recursos de que dispomos é colaborar na preservação do inestimável dom da vida. É esplêndido o testemunho dos que em seu amor se dedicam à Pastoral da Pessoa Idosa!