Para facilitar a edificação espiritual de todos, a Igreja se interessa na criação de tempos fortes de oração. Foi com este objetivo que o Papa Leão XIII consagrou o mês de outubro ao Rosário. Desde então, seus sucessores corroboraram este pensamento por meio de palavras e exemplos. Destacamos o Papa Paulo VI, em sua Encíclica Christi Matri, recomendando tal devoção, sem nos esquecer do saudoso João Paulo II que criou os Mistérios Luminosos.
Pela meditação dos mistérios do Rosário, os ensinamentos, exemplos e as atitudes de Jesus Cristo vão sendo assumidas de maneira espontânea na vida de quem recita esta prece litânica.
Embarcando na contemplação do Rosário, estaremos devidamente equipados para navegarmos seguramente, mesmo em meio às ondas revoltas enquanto adentramos no mar desta história. Com certeza, aportaremos tranqüilamente na cidade de Deus.
Trata-se de uma leitura orante da Palavra de Deus. Vinte vezes é recitada a oração bíblica do Pai Nosso. As duzentas Ave Marias, em sua primeira parte, referem-se ao Evangelho: Lc 1, 42. Dos vinte mistérios, dezenove são textos bíblicos. O único que não é diretamente bíblico é o que aborda a Assunção de Maria, ainda assim foi declarado dogma de fé pelo Papa Pio XII, a 1/11/1950 – “O que ligares na terra será ligado no céu…” – Cf. Mt 16,18s.
Embora o Rosário não seja uma oração litúrgica, traduz o testemunho da conservação de inúmeros valores, dignos de serem cultivados pela espiritualidade de pessoas doutas ou pouco instruídas. Isto, graças ao ritmo litânico em que se desenrola, pela temática evangélica que apresenta, pela fusão da expressão oral com a meditação interior que o define.
A contemplação do Rosário é uma profunda reflexão sobre a Encarnação, a Vida Redentora, a Luz do Reino e a Ressurreição de Jesus e daquela que se tornou o instrumento mais direto de que Deus se serviu para entrar na História da humanidade: Maria de Nazaré.
Nos mistérios gozosos celebramos a alegria, presente existência temporal e de maneira plena no Céu. Os mistérios luminosos nos apresentam Jesus como Luz do mundo, anunciador do Reino; os dolorosos nos ajudam a fazer a ligação dos sofrimentos humanos à Paixão do Senhor, conforme o Apóstolo Paulo nos ensina na Carta aos Colossenses. Nos mistérios gloriosos meditamos no “já agora” e no “ainda não” do Reino definitivo. Trata-se da vida na Glória celeste. Inaugurada por Jesus, com a ressurreição; antecipada por Maria e todos os que lá personificam a comunidade dos salvos.
“Nossa Senhora é uma Rosa. Rosa mística de amor. Num Rosário de louvor, duzentas rosas A circundam carinhosas. Aves e Santas-Marias, castíssimas melodias! E vinte cravos de luz: os Pais-Nossos de Jesus”. (Cf. Oliveira, Oscar de. “Nossa Senhora”. Mariana, Ed. Dom Viçoso, século XX).
A vida é um ROSÁRIO de alegrias, luzes, dores e glórias. Quem souber fazer desta oração bíblica um eficaz meio para exercitar sua espiritualidade, descobrirá a beleza e o perfume deste MÊS DO ROSÁRIO!