Estamos iniciando um novo tempo em nossa Igreja, o Advento, tempo esse em que somos convidados a vivermos, junto à Virgem Maria, a doce espera pelo Deus menino. Além disso, somos chamados a refletir e preparar nossa vida para a segunda vinda de Jesus. Assim, diante de tudo isso, que tal refletirmos um pouco?
Um dia ouvi uma frase que, agora, me recordo e a divido com vocês: “O que fazer, quando se está esperando”? Muitas vezes, corremos o risco de acreditar que, já que estamos esperando, não há nada a se fazer, afinal de contas, o que (ou quem) espero, ainda, não chegou… Doce engano!
Nossa espera não deve ser passiva, mas sim, repleta de atividade! Pensemos… Ao aguardarmos uma pessoa querida que, há muito não vemos, mas que está vindo ficar um tempo em nossa casa, será que ficaríamos deitados, à sua espera? Creio que não!
Certamente, prepararíamos o quarto onde a receberíamos, com toalhas e roupas de cama, limpinhas e cheirosas, mas, sobretudo, com aquela comida bem gostosa! Enfim, seria como se a casa todinha ressoasse um sonoro: “Bem-vindo”!
Portanto, apesar de tudo isso dar trabalho, com certeza, faríamos com o maior amor e alegria do mundo, não é verdade? Afinal, estamos à espera de alguém especial! E é, justamente, com todo esse empenho, energia e, sobretudo, amor, que somos chamados a viver este tempo do Advento!
Agora, pensemos na Virgem Maria e no quanto o seu último mês de espera lhe foi significativo. O seu Deus menino já estava, praticamente, todo formadinho em seu ventre. Então, Aquele com quem conversava e cantava todos os dias, fazendo carinho, em seu ventre, seria, finalmente, visto por Seus olhos, tocado e embalado em Seus braços.
Além disso, a Virgem Maria sabia que ao receber, em seu colo, o fruto de sua doce espera ela tocaria, uma vez mais, na fidelidade de Deus. O nascimento de Jesus era, sem dúvidas, a resposta de Deus a tantos homens, mulheres e profetas que, também, esperaram, ouviram e já anunciavam: “[…] Um menino nos nasceu, um filho nos foi dado […]” (Is 9, 5). E, agora, eis que A promessa das promessas estava prestes a se personificar, bem em seus braços de mãe. É emocionante pensar em tudo isso!!!
Todavia, enquanto esperava, em meio a tantas atividades, em seus três primeiros meses de gravidez, Maria visita sua prima Isabel (Lc 1, 39-45), a fim de lhe comunicar o Espírito Santo e, ainda, lhe ajudar em suas necessidades. E, já ao final de sua gestação, a Virgem Maria, junto a São José vão a Belém, cumprir um decreto que ordenava o recenseamento de toda a terra (Lc 2, 1).
Enfim, creio que tudo isso fazia parte do processo de espera da Virgem Maria, pelo Deus menino! E quanto ao nosso processo? O que faz parte dele? Precisamos parar e ouvir de Deus o que podemos fazer para ajeitar a nossa casa interior. Porém, penso que a perseverança nas orações, uma boa confissão, além de atitudes, diárias, de conversão já possam ser bons começos.
Pois bem, como vimos, há muito a se fazer! Então, que tal arregaçarmos as nossas mangas e nos colocarmos em atividade? É hora de viver a nossa espera como quem, de fato, se prepara para a chegada de Alguém especial, ou seja, do nosso Divino Jesus!
Claudete de Freitas
Coordenadora da RCC Viçosa