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Estamos na Semana Maior do Cristianismo e a Igreja nos convida para celebrarmos bem o mistério da nossa salvação: a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. “O Tríduo Pascal são os três dias fundamentais dos quais se deu o mistério da nossa salvação. Liturgicamente corresponde a uma única celebração, que percorre três dias”, afirma padre Paulo Ricardo, reitor do Seminário Cristo Rei da Arquidiocese de Cuiabá (MT), que explica, nesta entrevista, a dinâmica da celebração do Tríduo Pascal.
Padre Paulo: O ano litúrgico está todo centrado no ministério pascal. A Páscoa é uma festa que acontece todos os anos no domingo e as pessoas sempre se perguntam por que ela [Páscoa] sempre muda de data. É porque se trata de um cálculo feito a partir da primavera lá na terra de Jesus. Quando se inicia a primavera na terra onde Cristo viveu nós olhamos no calendário e procuramos a primeira lua cheia, no domingo seguinte é a Páscoa. É assim que se faz o cálculo dessa festa. Uma vez fixada a festa pascal, daí é que decorre o resto do ano litúrgico. Assim como os planetas giram ao redor do sol, o ano litúrgico gira ao redor da Páscoa, que é o foco da vida cristã.
cancaonova.com:Por que a Páscoa é a festa mais importante para a Igreja Católica e não o Natal, por exemplo? Padre Paulo: Porque é na Páscoa que nós celebramos o grande mistério da nossa salvação. É evidente que não haveria Páscoa sem o Natal, não haveria redenção sem a encarnação, mas a Páscoa é a finalidade pela qual Jesus se encarnou. Na verdade, é a encarnação que está em função da Páscoa e não o contrário. Cristo se torna homem para descer até o pecado da humanidade. É sempre o mesmo fenômeno de descida, o mesmo dinamismo de descida. Como diria São Paulo, na Carta aos Filipenses no capítulo 2, é um esvaziamento. O Senhor desce e o apóstolo dos gentios descreve esse movimento dizendo: “Ele se fez servo, se esvaziou assumindo a figura de servo, se fez obediente até a morte. E uma morte na cruz”. Nós vemos que degraus vamos descendo, o Senhor se faz homem em forma de servo, obediente e morre na cruz. É o mecanismo de descida até os infernos dos nossos pecados, para, então, de lá nos resgatar para que possamos ir para Deus. São Paulo descreve essa saída do abismo da morte dizendo: “E por isso Deus o exaltou e deu a Ele o nome que está acima de qualquer nome para que todo o joelho se dobre e proclame para glória de Deus Pai que Jesus Cristo é o Senhor”. Este hino de Filipenses, capítulo 2, descreve esta dinâmica pascal, que é a nossa salvação. Portanto, Páscoa e encarnação não são dois conceitos contraditórios, mas, na verdade, são a mesma dinâmica de descida de Cristo ao inferno do nosso pecado para dali nos resgatar e levar para Deus.
“A Páscoa é a finalidade pela qual Jesus se encarnou”
Foto: Wesley Almeida/CN
cancaonova.com: O senhor pode explicar um pouco sobre o Tríduo Pascal? Padre Paulo: Se nós olharmos dentro da história, nos envolvimentos no ano litúrgico, o que havia inicialmente eram dois domingos, o Domingo da Paixão e o Domingo da Páscoa. É por isso que ainda hoje nós chamamos o Domingo de Ramos de Domingo de Ramos e da Paixão do Senhor, porque naquele domingo celebramos a Morte de Nosso Senhor Jesus. O Evangelho que é lido nesse dia é o Evangelho da Paixão, no domingo seguinte celebramos, então, a Ressurreição. São estes dois domingos que, inicialmente, eram o ciclo de celebração da passagem da morte para a vida, do pecado para a vida nova. Porém, as pessoas começaram, por devoção, a imitar, nas celebrações, a última semana de Jesus e foi sendo criada a ideia de Semana Santa. Durante essa semana nós temos o Tríduo Pascal, que são aqueles três dias nos quais se deram o mistério da nossa salvação e da nossa redenção. cancaonova.com: Poderíamos dizer então que o Tríduo constitui uma única celebração da Páscoa? Padre Paulo: Sim. Liturgicamente o Tríduo Pascal é uma única celebração. É preciso também recordar uma outra realidade canônica: a Igreja pede que nós estejamos na Missa todos os domingos, portanto, a obrigação canônica de guardar os domingos e os dias santos é a obrigação de ir à Santa Missa no Domingo de Páscoa. É importante que os fiéis saibam que não existe obrigação canônica de ir à celebração da Sexta-feira Santa ou da Quinta-feira Santa, ou mesmo à celebração da Vigília Pascal. A obrigação canônica é de ir à Santa Missa no Domingo de Páscoa, no entanto se a pessoa parcicipou da Missa da Vigilia Pascal o Domingo está guardado. Fonte: www.cancaonova.com Estamos na Semana Maior do Cristianismo e a Igreja nos convida para celebrarmos bem o mistério da nossa salvação: a Páscoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. “O Tríduo Pascal são os três dias fundamentais dos quais se deu o mistério da nossa salvação. Liturgicamente corresponde a uma única celebração, que percorre três dias”, afirma padre Paulo Ricardo, reitor do Seminário Cristo Rei da Arquidiocese de Cuiabá (MT), que explica, nesta entrevista, a dinâmica da celebração do Tríduo Pascal.
cancaonova.com: O ano litúrgico é igual ao ano civil? Qual a diferença? |
achei bastante interesante essa entrevista com o padre Paulo,pois estou fazendo uma pesquisa e achei muito proveitoso o conteúdo dessa entrvistainclusive detalhes que eu não sabia.
uito bom! fiquem com Deus
BJS!