— O Senhor esteja convosco!
— Ele está no meio de nós.
— PROCLAMAÇÃO do Evangelho de Jesus Cristo, + segundo João.
— Glória a vós, Senhor!
Naquele tempo, 1Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los.
3Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Colocando-a no meio deles, 4disseram a Jesus: “Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. 5Moisés, na Lei, mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?”
6Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. 7Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: “Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra”. 8E, tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
9E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio do povo.
10Então Jesus se levantou e disse: “Mulher, onde estão eles?” Ninguém te condenou?”
11Ela respondeu: “Ninguém, Senhor”. Então Jesus lhe disse: “Eu também não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais”.
– Palavra da Salvação.
– Glória a vós, Senhor.
Com a leitura deste Evangelho o Senhor quer mostrar que preciso voltar o olhar para o meu coração. Preciso voltar o olhar para dentro de mim mesmo e tentar perceber como posso melhorar no relacionamento com os meus irmãos.
Na grande maioria das vezes prefiro olhar somente para o meu exterior. Ao olhar para fora de mim, me deparo com o irmão. E vendo o irmão sem antes experimentar na minha própria vida a compaixão de Jesus, enxergo nele apenas defeitos e pecados.
Os escribas e fariseus que flagraram aquela mulher a trataram com muito rigor, pois sendo eles submissos à Lei, deviam viver se comparando uns aos outros sobre quem era o mais zeloso na observância de todas as normas. Como aquele fariseu que vai ao Templo e reza dizendo: “Senhor eu cumpro devotamente todos os preceitos da Lei, dou o dízimo e jejuo. Não sou como este publicano pecador”. Aqueles escribas e fariseus ainda não haviam experimentado o olhar amoroso do Mestre.
Mas para experimentar a compaixão de Deus, preciso me colocar na presença d’Ele. Como a mulher que foi colocada diante de Jesus pelos escribas e fariseus que, ao colocarem a mulher diante de Jesus, eles próprios se colocam também diante d’Ele. E a mulher, ali no meio daqueles homens que a condenavam, devia estar se sentindo a pior pessoa do mundo, indigna de receber misericórdia e perdão. Naquele momento ela devia estar percebendo o quanto ela era fraca e vulnerável ao pecado, e quanto havia falhado nos propósitos de não mais pecar. E os homens que a flagraram, deviam estar comentando uns com os outros: como é possível estar mulher pecar contra o marido? Pessoas eu comentem este tipo de pecado merecem mesmo o castigo da morte.
Mas Jesus leva tanto a mulher quanto aos homens que queriam apedrejá-la a terem uma experiência do amor d’Ele pelas pessoas.
Ao dizer para os escribas e fariseus que “atirasse a primeira pedra aquele que não tivesse pecado”, Jesus leva-os a voltar o olhar para a vida particular de cada um deles. Leva-os a deixar de procurar pecados nos irmãos e a enxergar os próprios defeitos e fraquezas. Este é o primeiro passo para a conversão pessoal e para uma conseqüente mudança de vida.
E ao dizer para a mulher: “Nem Eu te condeno. Vai e não peques mais!” Jesus possibilita aquela mulher perceber que não são todas as pessoas que a tratam com ódio, querendo matá-la. Ela percebe que obteve uma nova oportunidade de começar, de novo. Que a vida dela não acabou, mas acabou de começar.
Que o Espírito Santo me conceda a graça de perceber que não sou melhor que meus irmãos e nem tão pouco sou a pior pessoa do mundo.
Somos, na verdade, homens e mulheres muito amados por Deus!