Diz-nos a fé e confirma-nos a liturgia da Igreja Católica que é Páscoa cada vez que celebramos a Eucaristia porque nela fazemos memória da entrega única e definitiva de Jesus Cristo para nossa salvação e remissão dos pecados. Mas, na sua pedagogia, a Igreja propõe-nos cada ano um tempo especial em que somos confrontados, não só com os factos históricos que envolveram a morte e ressurreição de Cristo, mas também com o seu enquadramento bíblico, com o que os profetas anunciaram e com o que o Espírito Santo ditou aos apóstolos que foram encarregados de espalhar a Boa Nova.
E aqui estamos nós, a celebrar novamente os mistérios centrais da nossa fé, aqueles que justificam que permaneçamos juntos nesta caminhada para a Pátria definitiva e que nos empenhemos em dar aos outros possibilidade de viverem o Bem, a Verdade, a Beleza, a Paz, a Alegria, o Amor.
Na verdade, se é tempo de olhar para trás, para o amor transbordante de Deus que tudo fez para nos salvar, se é tempo de Lhe darmos graças por tão grande ternura, é tempo de olhar para o lado, para tanto irmãos nossos, filhos do mesmo Pai, que ainda não O conhecem (ou conhecem mal) e que esperam, como toda a criação, a “manifestação dos filhos de Deus”. É tempo de lhes dizer que não há trevas, não há crise, que nos possam “separar do amor de Cristo” – e que isto não é uma alienação mas uma forma responsável de viver neste mundo, aqui e agora, solidários e actuantes na Cidade dos homens, construtores da Cidade de Deus.
Que a Páscoa seja para todos nós alavanca de arranque para uma vida de comunhão mais fraterna. Que o Sangue derramado de Jesus não seja desperdiçado pela dureza e pelo fechamento dos nossos corações. Que a Alegria da Ressurreição nos conduza a uma atitude de partilha e de irradiação do Evangelho.
Que a Paz esteja connosco, tal como Jesus desejou na tarde do primeiro dia da nova criação.
Com muita amizade
A equipa do EAQ em língua portuguesa
Alberto, Berta, Bia, Cristina, Fernanda, José, Maria José, Luisa, Paula