Não quero discutir aqui as questões polêmicas que envolvem o presidente paraguaio Fernando Lugo: o filho assumido, outros possíveis filhos, o celibato… Claro que não temos que concordar com essas situações e muito menos colocar panos quentes em cima disso tudo. Mas a ênfase desse texto é outra – despertar um senso crítico diante das informações e discussões frente a todas as notícias envolvendo esses acontecimentos.
Tenho acompanhado o andamento da política nacional paraguaia desde o processo eleitoral no país e continuo seguindo os rumos do governo atual e dessa maneira, também os tumultos que envolvem o atual presidente. Por conta disso, tenho feito uma pequena análise sobre as diferentes ações e opiniões a respeito, em especial, dos escândalos envolvendo a pessoa do presidente local. Vamos a elas:
Encontrei alguns formadores de opinião que, antes de qualquer outra coisa, querem atacar a Igreja Católica. Essas pessoas encontraram nesse caso, um ambiente propício para direcionarem suas investidas. São pessoas que, escrevam o que escreverem, falem o que falarem irão sempre tentar direcionar suas agressões contra a instituição católica.
Outros fornecedores de conteúdo que encontrei são direta ou indiretamente oponentes políticos do presidente paraguaio ou do seu partido. As questões discutidas e apresentadas por essas pessoas não são os acontecimentos propriamente ditos, mas oportunidades para prejudicar a concorrência política. O interesse aí é meramente político e não informativo ou argumentativo.
Existem ainda os jornalistas ou colunistas aproveitadores. Esses criam manchetes sensacionalistas para despertarem a atenção do público. Não há neles solidez de conteúdo. Passada a onda do acontecimento vão em busca de outra notícia que lhes traga a possibilidade de alguma visibilidade. São superficiais e não merecem crédito.
Infelizmente, encontrei também católicos, ou que se dizem católicos, e que em tudo reclamam da Igreja. Em geral, se apresentam como defensores da moral e dos bons costumes, mas são verdadeiros lobos em pele de cordeiro que incitam a revolta, entre outras coisas, contra a Igreja Católica e a sua sucessão apostólica. Mas tudo feito a partir de uma falsa piedade, mascarada por uma devoção enganadora.
Mas apesar de em menor número, encontrei também críticos conscientes. Esses sim, formadores de opinião comprometidos com a veracidade dos fatos e com o equilíbrio das declarações que emitem, sem se deixar dominar por sentimentos pessoais, ideologias ou interesses escusos. Entre eles encontrei jornalistas, religiosos, leigos, pessoas comuns, etc. Querem noticiar e refletir verdadeiramente sobre a realidade, para assim, ajudar a transformá-la. São esses que precisamos descobrir, consultar e com eles refletir.
É preciso sim da informação, mas que tenhamos senso crítico. Não podemos nos deixar levar por qualquer sopro de doutrina. Precisamos nos atentar para o que nos disse o apóstolo Paulo, que já nos ensinava a examinar tudo e ficar com o que é bom. Esse ensinamento bíblico precisa ser uma constante na nossa vida. Especialmente quando se trata de informações ligadas à vida de fé. E aqui não se trata de fechar os olhos para os acontecimentos, mas de enxergá-los a luz da verdade, da sobriedade e do olhar crítico .
Como seres religiosos que somos, as questões que envolvem nossa vida religiosa, a profissão de fé ou a instituição religiosa que pertencemos, no caso específico a Igreja Católica frente à situação do presidente paraguaio, é de suma importância saber filtrar as informações e opiniões que nos chegam, para que elas não prejudiquem nossa experiência religiosa, mas pelo contrário, nos torne mais maduros espiritualmente, e assim, fortaleça em nós a opção cristã que fizemos.