Os capítulos 25 e 26 dos Atos dos Apóstolos mostram mais uma vez Paulo sendo perseguido pelos judeus e chefes dos sacerdotes. Mas para acusar Paulo, era preciso que argumentos fossem apresentados, causas e motivos para que ele fosse condenado por algum comportamento “fora da lei”. Mas como acusar um homem que pregava a verdade, a Palavra de Deus, a vinda do libertador e salvador da humanidade? Onde encontrar argumentos que pudessem incriminar Paulo, tendo em vista que ele pregava aos homens e mulheres daquela época, testemunhava sua alegria em ter aceito Jesus como seu único Senhor? Paulo, em sua ousadia e coragem, desejava apenas que todos fossem salvos como ele, que todos experimentassem da mesma alegria que ele sentia. E essa foi sua opção de vida, sair pelo mundo pregando e anunciando o bem. E os frutos podem ser vistos até os dias de hoje.
Como Paulo preferia ser julgado no tribunal de César, era necessário, então, que Festo apresentasse alguma coisa escrita que acusasse Paulo de alguma conduta má. Na visita do rei Ágripa e Berenice à cidade de Cesaréia, Festo expõe a situação de Paulo, que permanecia preso até que fosse levado ao tribunal. O rei desejava também ouvi-lo e participar do interrogatório e, assim, tentar encontrar algo que provasse o seu crime e pudesse gerar uma condenação.
Paulo, então, começa a sua defesa e essa é mais uma oportunidade de evangelizar. Ele fala de sua vida, dos tempos em que ele era um perseguidor dos cristãos, dizendo: “Eu também antes acreditava ser meu dever combater com todas as forças o nome de Jesus, o Nazareu.” (Atos 26, 9). Mas na viagem a caminho de Damasco, o próprio Jesus veio se encontrar com Paulo e ali o plano de Deus para sua vida se realiza e uma profunda história de conversão é narrada. A missão confiada a Paulo era que ele abrisse os olhos dos judeus e pagãos para que se convertessem e passassem das trevas para a luz, de Satanás para Deus. Paulo diz que apenas deu continuidade à missão dos profetas do Antigo Testamento que já anunciavam que viria um salvador que libertaria toda a humanidade com o seu sangue. Para muitos a vida de Paulo era loucura, mas para ele, representava a verdade libertadora trazida por Jesus.
A narração de Paulo, contando um pouco da sua vida na presença de todos, leva o rei Agripa a dizer: “ainda um pouco e você vai me convencer a tornar-me cristão!”. O rei fica comovido com as suas palavras e com certeza ali uma semente do amor de Jesus é plantada. Paulo é para toda a Igreja um exemplo de quem é verdadeiramente de Deus e se entrega de coração à missão a ele confiada, missão que já estava presente no coração de Jesus antes da sua conversão. Praticamente terminando o estudo de Atos, percebemos o quanto estamos distantes de um testemunho autêntico, como o de Paulo. Que o Santo Espírito de Deus venha sobre nós e que nossa vida produza frutos de santidade para o nosso bem e para o bem de toda a comunidade! Assim seja!