Entre as maravilhosas diretrizes de Cristo, todas elas alicerçadas nos seus exemplos nunca se fixa demais esta sentença fulgurante: “Uma vez feito tudo o que se vos ordenou, dizei: “Somos servos inúteis; fizemos o que devíamos fazer”. Em qualquer circunstância da vida o ser racional está sempre a serviço do próximo nas múltiplas ocupações de cada hora e, se tais ações são feitas na ótica proposta por Jesus, os merecimentos são enormes para o tesouro celestial: “Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes” (Mt 25,40). O Mestre divino se fez um espelho para seus seguidores os quais se modelam sobre Sua sublime atitude: “E o que quiser tornar-se entre vós o primeiro, se faça vosso servo. Assim como o Filho do Homem veio, não para ser servido, mas para servir e dar sua vida em resgate por uma multidão” (Mt 20,27-28). O Verbo Encarnado se tornou servo numa situação humana bem definida. Acentuou sua lição de uma maneira magnífica num gesto radical na última Ceia, quando se pôs a lavar os pés de seus discípulos e acrescentou: “Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós” (Jo 13,15). Na verdade, a medida do serviço é o serviço sem medida. São Paulo entendeu isto perfeitamente e pode afirmar que se fizera tudo para todos para salvar a todos (1 Cor 9,22). Aconselhou então: “Tudo o que fazeis, fazei-o na caridade”. (1Cor 16,14). Trata-se de viver não para si, mas para os outros. Cada um se realiza em plenitude na relação oblativa, nos gestos de doação. O verdadeiro cristão sabe auscultar as necessidade alheias e emprega toda eficiência nas tarefas de cada instante. É nas fábricas, nos escritórios, nos campos, nas escolas que o significado do amor a Deus e ao próximo devem se manifestar em todo seu esplendor. Não se trata de amar os outros de uma maneira abstrata, longínqua, mas através daquele vizinho, daquele companheiro de trabalho imediato que está ao nosso lado a cada instante, seja qual for sua origem, aspecto ou opiniões. Quantos infernizam a vida alheia por serem impertinentes com os outros, irritando-os, apoucando-os, Nem se pode esquecer que o próximo mais próximo é o que habita sob o mesmo teto. Ser cristão num serviço humilde é perceber que outros existem, é sair de si para ser atencioso com eles, é ser calmo nas relações de cada hora. Cumpre servir os outros até o esquecimento de si próprio. Este serviço se amplia no anúncio do Evangelho que salva, anima e vivifica os corações doridos. É mister oferecer ao mundo a imagem de uma Igreja ministerial, “na qual o maior tesouro é a pessoa humana, como lembrou o Pe. Paulo Dionê Quintão ao anunciar o projeto “Bom Pastor” na Paróquia de Santa Rita de Cássia em Viçosa (MG). Uma vida à disposição do próximo é um ideal sublime que deve direcionar a existência de todo batizado. O céu fúlgido da Igreja está constelado de figuras esplêndidas que alcançaram o cume da perfeição, sublimando o serviço cotidiano e multiplicando a imolação sobretudo para os mais necessitados, marginalizados da sociedade, em situação de risco. Cumpre sempre cultivar a mística do ofício caritativo, pedindo ao Divino Espírito Santo o carisma da dedicação aos outros. É ter consciência de que é preciso edificar uma Igreja voltada para a comunhão com Deus e com os irmãos. É o que se denomina também “a liturgia do próximo”, ou seja a visualização da presença divina no outro. O serviço humilde lembrado por Cristo é uma imitação do próprio Deus que tudo criou em benefício de suas criaturas. Mas o Ser Supremo multiplica seus dons para quem se doa aos outros. Se o serviço diário é realizado com toda competência, eficiência e amor se torna então fator de salvação para si e para os outros. Para quem não vê o próximo muito perto de si, o Criador ficará sempre mais longe. Cumpre se impregnar da palavra de Jesus: “Somos servos inúteis”, porque não fazemos mais do que a obrigação, estando a serviço dos outros. Na verdade, em cada ação é o Senhor que age, pois diz o Apóstolo: “Somos os cooperadores de Deus” (1 Cor 3,9). Isto não resulta de uma deficiência do poder divino, mas é o Ser Supremo que quer se servir das causas intermediárias para comunicar uns aos outros os seus benefícios. Cada um deve ser servidor por bondade e por amor. É belo estar consciente de que se é o canal da misericórdia do Criador. Quem exerce uma chefia qualquer deve se considerar um servidor especial dos subordinados. Não se trata de uma honra, mas de um ônus para o bem de todos.
lindas palavras tomou de emoção meu coração
levo agora estas declarações aos meus irmãos
para a cada dia sabermos que somos nada e que
e Deus quem faz não nos obrigado pelas palavras
ditas neste texto de coração Deus abençoe a RCC de Viçosa