Pessoas com um ideal são aquelas que estão sempre caminhando em alguma direção, definiram uma meta e seguem com determinação… isto nos faz lembrar o dinamismo de uma vida que enxerga sua missão e por isso mesmo, são pessoas que vivem intensamente cada minuto, adentram pelo caminho escolhido e mesmo com os atropelos, não desistem de continuar, têm porque viver e amar.
O amor se desdobra em muitas faces, tem a mesma essência, mas se concretiza de várias maneiras, neste sentido quero me ater ao ideal contido no coração, seja esse um ideal político, religioso ou social… devemos ter porque viver, porque lutar e até mesmo porque sofrer.
Muitos diriam que esse discurso é ultrapassado, será? Talvez! Porém, lembremos de algumas consquistas como o fim da didatura militar e a tão sonhada democracia se tornando realidade, é bem verdade, graças a Deus vivemos uma democracia! Mesmo com as dificuldades concretas em um país democrático, temos um sinal claro de que aqueles que tanto lutaram por este ideal conseguiram uma importante vitória.
O que aconteceu com essa geração tão ferrenha e cheia de vontades, algo se perdeu em meio a essa conquista, viramos pessoas de vontade fraca, sem determinação e portanto, sem um ideal para viver?!
A grande maioria da população quase não se expressa mais, trabalha-se apenas pelo dinheiro no final do mês, estuda-se mais ou menos, ama-se do mesmo modo, enfim, vive-se de qualquer maneira, é a nossa geração coca-cola, já dizia o bom poeta Renato Russo.
Na palavra de Deus encontramos muitas passagens sobre o povo, isto é, sobre cada um de nós também, entre tantos, encontramos narrativas sobre gerações dispersas, perdidas, que viviam segundo seus próprios pensamentos. Ao mesmo tempo, em meio a toda confusão, sempre se encontra uma pessoa que tinha temor a Deus, como foi o caso da alusão a figura de Noé (Gên 6,8), naquele coração houve uma terra fértil para que Deus pudesse plantar, um coração com determinação para continuar, com um ideal, assim como tantos outros.
Porque não lembrar também de Paulo de Társis, já que estamos no ano paulino; homem com têmpera, de perseguidor a perseverante e desbravador da fé cristã, empenhou o escudo da fé e por ela percorreu milhares de quilômetros, pois tinha em seu coração a determinação que o mantinha forte lutando pelo seu ideal, fazer Cristo conhecido.
Deus não é um ideal, ao contrário, ele mesmo direciona o coração da gente para caminhar, ele nos inspira o tempo todo e nos fez para uma missão, porque não dizer, para um ideal.
Hoje então, com essa reflexão, somos convidados a também embraçar um escudo, olharmos dentro do peito e perceber qual é o grito concreto contido que não temos ouvido? Temos vivido de qualquer maneira e aceitamos qualquer coisa? Como você tem andado? Qual é o seu ideal, sua missão? Por que você vive?
Assim como na Palavra, podemos lembrar também dos acontecimentos de nossa história, encontramos tantas pessoas que empreenderam grandes lutas, conseguiram vitórias, vivenciaram derrotas, enfim, vida acontecendo, pois não viemos para passar de qualquer modo, não somos qualquer coisa, somos filhos amados de Deus, eleitos, provados e chamados, temos em nós força para caminhar, amar e seguir adiante.