Com altos níveis de popularidade e persistência que atravessa séculos, festejados de geração em geração, alguns santos recebem a atenção até de perfis pouco afeitos à leveza que se possa dar à vida. Senão vejamos:
Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo nasceu em Lisboa, em 15 de agosto de 1195. Martinho, seu pai, era prefeito de Lisboa. Sua mãe, Teresa, pertencia à alta nobreza. No lar recebeu boa instrução moral, científica, religiosa e muito conforto. Aos poucos percebeu que a vida de riqueza não lhe agradava e sentiu o chamado de Deus.
Com apenas quinze anos já estava no Mosteiro dos Cônegos de Santo Agostinho, onde fez o noviciado e passou a chamar-se Antonio. Transferiu-se para Coimbra, aos vinte anos, quando completou sua formação e foi ordenado presbítero. A passagem das relíquias dos cinco mártires mortos em Marrocos, o fez ingressar na Ordem Franciscana. A saúde não lhe permitiu evangelizar em África, por isso foi para Pádua, onde morreu aos 36 anos, a 13 de junho de 1231. Recebeu os sacramentos e se despediu de todos cantando o bendito: “Ó Virgem gloriosa que estais acima das estrelas…” Depois ergueu os olhos e disse. “Estou vendo o Senhor”.
Canonizado a 13 de maio de 1232, pelo papa Gregório IX, em 1946 foi proclamado Doutor da Igreja, pelo papa Pio XII.
De Lisboa ou de Pádua, é por excelência o santo padroeiro dos pobres, “milagreiro”, “casamenteiro” e do Menino Jesus. Sobre o seu túmulo, em Pádua, foi construída uma basílica.
São João Batista: Filho de Zacarias e de Isabel, sabemos pelas palavras do Anjo Gabriel, que João, cujo nome significa “Deus é propício”, foi concebido aos dois cônjuges em idade avançada. Já predito na Escritura como o percussor do Messias, João tinha o caráter forte de Elias. A sua missão de fato será semelhante “no espírito e no poder” aquela do profeta Elias, enviado para preparar “um povo perfeito” para o advento do Messias.
No ventre materno, João percebe a presença de Jesus “estremecendo de alegria” no ventre materno por ocasião da visita de Maria à prima Isabel. Enviado por Deus para “endireitar os caminhos do Senhor”, foi santificado pela graça divina antes mesmo que seus olhos se abrissem à luz. “Eis – diz Isabel repleta do Espírito Santo, a Maria – quando tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre”.
Conforme a cronologia sugerida pelo Anjo Gabriel – “este é o sexto mês para Isabel” – o nascimento do precursor foi fixado pela Igreja latina três meses após a Anunciação e seis meses antes do Natal. Além do nascimento de Jesus e de Maria, somente a natividade do Batista é celebrada pela liturgia.
São João Batista é o último profeta e o primeiro apóstolo, enquanto precede o Messias e lhe dá testemunho. “É mais que profeta – disse ainda Jesus. É dele que está escrito: eis que envio o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti”.
São Pedro e São Paulo: Somos todos chamados a mirar no esplendoroso exemplo dos Apóstolos Pedro e Paulo. Eles nos lembram a Fé e a Evangelização. Sua festa litúrgica ocorre a cada 29 de junho, data do martírio de ambos, por volta do ano 67.
No prefácio da Missa própria de sua memória, encontramos a síntese da missão que abraçaram: “Pedro, o primeiro a proclamar a fé, fundou a Igreja primitiva sobre a herança de Israel. Paulo, mestre e doutor das nações, anunciou-lhes o Evangelho da salvação. Por diferentes meios, os dois congregaram a única família de Cristo e, unidos pela coroa do martírio, recebem hoje, por toda a terra igual veneração” (cf. Missal Romano, 29 de junho).
A Igreja é uma comunhão missionária. Estes Apóstolos nos fazem pensar numa Comunidade Cristã forte na fé, pois solidificada em Pedro, rocha sobre a qual Cristo edificou sua Igreja e firme no anúncio, tendo em Paulo, arauto do Evangelho de Jesus às nações, o fogo que destrói a preguiça missionária que facilmente nos atinge.
Com Paulo de todos os povos um dia haveremos de dizer: “combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2Tm 4, 7). No diapasão da Rocha sobre quem Cristo construiu Sua Igreja, prosseguiremos afinados com a essência da fé: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16, 16).
Desde a nossa existência pessoal, olhando para a vida dos que nos antecedem na eternidade, estamos convictos do que nos ungiu a graça batismal: A VOCAÇÃO À SANTIDADE.