Na vida de fé, costumamos nos apoiar no testemunho autêntico daqueles que buscaram viver em tudo a vontade de Deus, isto é, os santos. Bem como, ao olharmos para os profetas, percebemos que eles também vivenciaram uma bonita caminhada de fé em contato com o chamado do Senhor, que sempre os convidou para recordar a aliança. E não foi diferente com Isaías. Este profeta tinha preocupação central em sempre lembrar aos povos a santidade de Deus. Assim, ele buscou condenar a idolatria por vezes praticada por Israel ao afastar-se da aliança com Deus. Ele denunciou a aliança com as grandes potências, mostrando que a nação só seria salva se permanecesse fiel ao projeto de Deus, no qual a justiça é o valor supremo.
Do mesmo modo do povo de Israel, por muitas vezes, nós nos desviamos do caminho de Deus; colocamos confiança em nossas próprias forças, transformando a graça de Deus em algo superficial ou desnecessário em nosso viver. Jerusalém era cidade direita, onde reinava justiça e equidade e, por desviar-se da aliança com o Senhor, torna-se cidade corrupta e infiel. Assim, o profeta Isaías lamenta a situação e se entristece por ver o povo se perdendo e se afastando de Deus cada vez mais.
No entanto, Deus age contra aquela situação e promete a purificação de Israel, por meio da esperança de uma renovação pelo julgamento e separação das impurezas que assolavam o povo, enganados pela corrupção e pelo desejo de poder. Similarmente, em nossa vida, podemos pensar: Deus continua desejando que nos afastemos da idolatria, do culto ao poder e desejo de grandeza. O Senhor nos chama para viver como seus filhos e filhas, afastados do pecado e sedentos de sua misericórdia e amor, devolvendo-nos aquele coração de carne, por ora endurecido pela concupiscência e pelo distanciamento da graça divina (cf. Ez 36,26).
Desse modo, a profecia se cumpre em nossa vida: seremos libertados pelo direito e pela justiça que vem do Senhor (cf. Is 1,27). A Justiça e o direito divino não estão nos moldes humanos, uma vez que estão marcados pelo signo da misericórdia, em vista de nossa salvação. Sendo assim, procuremos um caminho reto e agradável ao Senhor, configurando nossa vida ao cumprimento da vontade do Pai, na plena ciência de que, de fato, é para a liberdade que Cristo nos libertou! (cf Gl 5,1).
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Geovane Macedo da Costa
Seminarista do 2° ano de Teologia
Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima
Viçosa-MG